BANCOS CONTRA-ATACAM NA OFERTA DE FUNDOS DE PREVIDÊNCIA
PREVIDÊNCIA - 02/12/2019

Com cenário de juros mais baixos, e plataformas independentes cortejando o cliente, grandes bancos melhoram gestão de produtos antigos e lançam nova safra de fundos.
Em um momento em que as gestoras independentes de recursos decidiram entrar na disputa também pelos recursos de previdência privada dos clientes de varejo, os principais bancões do país, conhecidos por oferecer produtos com altas taxas e com baixa rentabilidade para esse público, decidiram contra-atacar.
A estratégia para retenção dos investimentos envolve duas frentes: o lançamento de uma nova safra de produtos, com gestão mais sofisticada; e uma postura levemente mais ativa na gestão dos fundos antigos, o que tem melhorado um pouco a rentabilidade.
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A boa notícia para o pequeno investidor, que tem ouvido incessantemente sobre reforma da Previdência nos últimos três anos, é que a competição está melhorando a qualidade dos produtos de previdência disponíveis no mercado — enquanto anos atrás quem seguisse a dica do gerente do banco para comprar um PGBL e VGBL tinha chances grandes de sair com um produto ruim na mão. A má notícia (que a própria intensificação da concorrência tende a resolver) é que a oferta dos produtos mais sofisticados ainda não está disseminada para a clientela do varejo dos grandes bancos.
Mas vamos aos números que quantificam a mudança de estratégia de Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander. O Valor Investe mapeou 27 fundos de previdência lançados por esses bancões entre 2018 e 2019. Desse total, 25 renderam mais que o CDI (indicador que acompanha de perto o desempenho da taxa Selic). Ainda dentro dessa lista, a média de retorno entre os dez mais rentáveis foi de 20,6% no ano, até outubro, contra apenas 5,16% do CDI.