VIVO - LUCROS MILIONÃRIOS X MIGALHAS
NOTICIAS - 26/10/2016

Nas últimas rodadas de negociações do Acordo coletivo 2016/2018, a Vivo ofereceu migalhas aos trabalhadores. A proposta foi reajustar em 6,5% os pisos salariais, 6% para salários até R$1.156,20, e uma parcela fixa de R$75,15 para os demais salários. Essa proposta não condiz com a capacidade financeira e econômica da Vivo!
A maior empresa de telecomunicação do Brasil tem apresentado crescimento nominal em suas receitas líquidas nos últimos três anos. A mesma Vivo que quer empurrar um reajuste minúsculo aos funcionários tem crescido acima das suas concorrentes TIM, Claro e Oi.
Os lucros seguem elevados ao longo dos anos e também no 1º semestre de 2016. De acordo com o boletim elaborado pela Subseção do Dieese na FENATTEL, em 2015 o lucro líquido da empresa ficou em R$ 3,33 bilhões. Apenas na primeira metade de 2016 foi registrado crescimento de 42,3%, em R$ 1,91 bilhão. Ou seja, os negócios vão muito bem!
Em 2015, o fluxo de caixa (que registra as entradas e saídas dos recursos financeiros) fechou em R$ 5,33 bilhões, nível bastante satisfatório. O resultado do 1º semestre/2016 também é positivo, com um saldo de caixa de R$ 5,67 bilhões. Isto mostra, mais uma vez, a ampla capacidade da Vivo em gerar caixa para garantir a continuação de seus negócios.
Mesmo que a crise econômica possa ter causado queda no total de usuários e de linhas/acessos de serviços de telecom, o país ainda tem muito a crescer neste setor! A Vivo é consolidada no Brasil e tem expectativas de mais crescimento.
A despesa com pessoal ficou em R$ 3,56 bilhões em 2015 e representa apenas 11,43% do total das riquezas produzidas pelos trabalhadores. Garantir o poder de compra dos salários é uma boa contribuição para dissipar a queda do consumo de serviços de telecom.
Nas negociações da data-base passada, o INPC estava em 9,88% ea Vivo ofereceu reajuste de 7%, que representou perda salarial de 2,62%. Entre setembro de 2015 e agosto de 2016, a inflação registrada foi de 9,62%. A proposta da apenas 6,5% continuaria prejudicando o trabalhador. Ou seja, precisam de um reajuste de 12,57% para recompor a perda acumulada, desde a data base anterior.
A Vivo possui capacidade de gerar caixa, receitas positivas, custos controlados, patrimônio líquido em profunda expansão após a compra da GVT e lucros líquidos positivos e expressivos ao longo dos anos. Os gastos com pessoal não fazem nem cócegas nos lucros obtidos pelos patrões. E pra quem mais contribuiu com a sua riqueza, o que a Vivo oferece? Migalhas!
Os negócios vão muito bem e, portanto, há condições de retribuir o que os trabalhadores fazem pela empresa. A FENATTEL e os seus sindicatos não aceitarão esse descaso! Se não houver propostas melhores na próxima reunião, a Federação partirá para a greve e encaminhará para dissídio. Nenhum direito a menos!
*boletim da FENATTEL (21/10/2016)